Em celebração ao dia da consciência negra, que levanta, no mês de novembro (embora não restrito a ele), a discussão sobre a importância da presença negra nos espaços e do combate ao racismo. Dentro deste contexto, convidamos mulheres negras nas Geociências a darem o seu depoimento.
Durante a sua jornada estudantil/profissional você percebeu (tem percebido) a baixa representatividade negra nos ambientes em que frequentou (frequenta)? Se sim, que tipo de sentimento essa experiência despertou (desperta) em você?
Sim, durante toda à minha vida estudantil e profissional senti a falta de representatividade. Posso contar nos dedos das mãos todos colegas, professores negros que me acompanharam nestes ambientes. O sentimento é de não pertencimento, que você não deveria está ali .Mas aí você dá um sorriso e se dedica ainda mais ao seu objetivo e transforma o não pertencimento em força.
Você se vê como uma figura importante dentro do seu ambiente para encorajamento, empoderamento de outras mulheres e crianças negras? (Se você não se vê assim, saiba que nós da ABMGeo, a vemos assim!).
Não me vejo como uma “figura importante”, mas sei da importância da conquista e permanência nesses espaços. Representatividade mostra ao outro que é possível sonhar e isso para as crianças base de sua educação. A falta dessa construção representativa na infância reflete também na vida adulta e no mercado de trabalho.
Deixe uma mensagem para as mulheres e crianças...
Muitas vezes na posição de sempre ter que ser mais, meninas e mulheres negras, esquecem de valorizar suas conquistas. Por isso tenham muito orgulho de si mesma, das suas vitórias e não se esqueçam de comemorar.
Vanessa da Silva Oliveira
Bacharel em Geofísica pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas pelo IAG/USP. Mestra pela Universidade Federal do Paraná. Pesquisadora, desde 2013, em Geociências Geofísica no Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM, Superintendência de Manaus.
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